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quinta-feira, 5 de junho de 2014

Fanfic: Querido Harry, você prometeu (ficar para sempre) - Capítulo 4

       
     
                                                    Painel de tintas, ou de confusão?


-Seunome pegue o balde de tinta na dispensa!!! -Disse Tony fazendo sua voz ecoar pela casa-
Virei meus olhos em direção a escada, vendo um ser de macacão jeans e galochas...não tinha como não rir. Apoiei minha cabeça no encosto do sofá, escutando minha risada escandalosa. Sam que mantinha seus olhos fixos na TV, virou-os na mesma direção, transbordando de curiosidade, e assim como eu, não pode resistir a figura em nossa frente, e sua risada se instalou com a minha.
As cordas vocais doiam...percebam só: é normal alguém vestir isso? É, com certeza...mas Tony? Tony não é "alguém".
Pra você ter uma idéia do que está em minha frente, vou te dar um pouco de privilégio do que eu estou vendo; Sabe aqueles mineiros? Então...praticamente isso. Só que com uma pitada de punk, paris hilton e pedreiro...esse é ele, nesse exato momento.
-O que foi? Nunca viram alguém de macacão? -Disse Tony desafiador-
-Ahhh amor...mas você não é "alguém" -disse Sam.
Estendi minha mão para que ele a tocasse, em um sinal de concordância com o que acabara de dizer. O mesmo tocou sem exitação. Limpei minhas lágrimas, que escorriam desesperadas pelo rosto. Fui me recuperando aos poucos. Fechei os olhos, respirando fundo, sentindo meu peito subir e descer, pela minha respiração desacelerada. Abri os olhos e encontrei Sam encarando a TV de volta, suas buchechas mantinham um vermelho vivo. Imaginei que deveria estar assim também. Olhei para a TV, prestando atenção e me concentrando em tirar a imagem de Tony Vestido naquele macacão desbotado, com baldes e pincéis nas mãos.
-Eu não acredito...-falou Sam olhando espantado para a TV. Virei minha cabeça, a fim de saber o que tinha ocorrido.
Percebi que tinha a seguinte cena na mesma: Jack Bower, não escapou a salvo de sua missão em desativar uma bomba, com 5hrs para explodir. E mais um episódio de 24hrs repetido, se passava na Fox.
-Ele sobrevive...já vi esse! -falei para Sam-
-Como? -ele disse-
-Pelo simples fato desse cara ser uma máquina de matar e também que é...se não me engano...a sexta vez que passam esse episódio. -falei convencida- -Esses clichês...sempre que o personagem principal morre de alguma forma...logo depois, magicamente ressurge. -Sam disse inconformado-
O mesmo virou seus olhos pra mim, demonstrando desinteresse na série. Acabei fazendo o mesmo e encarando-o.
-Me diz Seuapelido...se tivesse 24hrs...assim como Jack Bower para desarmar uma bomba...o que faria? -ele falou em um tom desafiante-
Pensei...24hrs?
-24hrs?...não pode ser 48hrs não? -disse em um tom de súplica-
-Não. 24hrs. Vilões e pessoas malvadas são assim. Curto prazo. Morte rápida. -ele disse-
-Ahh Sam...eu não sei. Porquê não pergunta pro Tony? Tenho 16 anos...16! -falei entediada-
-AMOR!!! -Disse Sam indo até a varanda a procura de Tony-
Revirei meus olhos e continuei olhando para o nada. Essa casa, minha casa...parece que faz tão pouco tempo que vim pra cá. Era como se fosse tudo muito novo e ao mesmo tempo velho.
Eu ainda ia ao McDonalds da rua do meu orfanato, lia livros de aventura, enquanto sonhava ser como os personagens ali escritos e tomando meu milk-shake de baunilha eu desejava ser eternizada, ainda falava com Margareth, ainda via o rosto de Tony todo dia...só que agora como um pai. Eu o enxergava, abraçava e o ajudava a por sua gravata azul. Era diferente agora. Não eram mais brigas pela literatura...eram brigas pelo controle remoto ou a atenção de Sam...é apenas nós três. Contra o mundo e os anéis de cebola frios do Burger King...apenas isso. Mas o melhor de tudo eram nossas idas a ópera...o que era pra ser uma chatisse era motivo de piadas, sempre a mesma rotina...saíamos para o teatro assistir algumas das peças que só engravatados e senhoras assistiam, aquelas que te faz dormir no primeiro ato. E chegávamos nós com nossos allstares, bandanas, calça jeans e camisas desproporcionais ao corpo. Esses somos nós, e esses são os comentários maldosos que escutamos assim que chegamos a ópera: "olhem só aquilo", "babuínos, gentinha, olhe só aquelas camisas de bandas de Rock", "o que é aquilo? Cigarro? Segurança!!!", coisas assim.
Mas não ligamos, toda sexta dormimos durante o dia, e a noite vamos pra lá e roncamos o mais alto que podemos e agora é a noite daqueles riquinhos que está ferrada.
Depois saímos para o estacionamento e gritamos coisas constrangedoras, vamos ao Nando's daqui e nos empanturramos de coca-cola e gigantes porções de frango-frito. É gorduroso e calorico. Sam e Tony bebem Um engradado inteiro de redbull e duas garrafas de vodcka do palace 111', e então Tony fica bêbado e fala do amor "ardente" que sente por Sam. É divertido ver isso e engraçado. Vamos também ao Dylan's candy bar, e compramos várias balas e doces. Vamos embora e essa é a nossa noite. A não ser pela parte que Sam não deixa eu ouvir o que Tony diz quando está bêbado, ele diz que "não é coisa de criança", e eu respondo "eu tenho dezesseis anos". Mas ele nunca deixa. Sempre firme. Sempre Sam.
-Hey mocinha! Cadê a lata de tinta que eu pedi? -disse Tony aparecendo de surpresa, me fazendo dar um pulo de susto-
-Lata? -falei desentendida-
-Isso mesmo. Lata. -Disse Sam aparecendo atrás de Tony-
- Ehhh...eu acho que tava ocupada demais olhando pra sua roupa. -falei controlando o riso-
Percebi que Sam sentiu também a mesma coisa que eu, mas se controlou e pôs as mãos pela cintura de Tony, botando o queixo em seu ombro.
-Hahaha muito engraçada. -Tony disse irônico- Agora pegue uma lata da cor azul lá no porão.
-Pra quê? -falei não me contendo-
-Você vai descobrir! -falou Sam-
-Agora vai! -disse Tony-
Me levantei, pondo meu chinelo e caminhei lentamente, sentindo a preguiça me consumir. Respirei fundo. Passei por eles, recebendo um tapa na bunda.
-Vai logo bunduda! -falou Tony-
Sorri pelo gesto involuntário.
Abraçei minha cintura, sentindo o frio entrando em contato com minha pele descoberta e fui andando calmamente até a dispensa. Olhei para os quadros do corredor extenso. Eram Tristes e sem vida. Esqueletos, paisagem secas, morte...tanta coisa macabra. A casa é tão alegre, são tantas cores e quando chego nesse cômodo é tudo tão... mal.
Senti um frio na barriga, quando dei de frente com a porta da dispensa. Respirei fundo, me concentrando. Calma. Calma. -pensei.
Pus minha mão sobre a maçaneta e puxei. Fazendo ela ranger. Olhei para a prateleira de cima e vi a tinta ali com o nome: Azul.
Entrei no cubículo, tomando cuidado para não pisar nas ferramentas espalhadas pelo chão.
Na ponta do pé, cheguei até o local e me estiquei, pus o outro braço, em volta da lata, tomando cuidado pra não deixar cair. Puxei-a dali, e agradeçi mentalmente por não ter tropeçado e derrubado tudo. Segurei a lata com as duas mãos e caminhei para fora, fechando a porta e ouvindo um estrondo da mesma.
Caminhei de volta a sala. Vi que Tony e nem Sam estavam ali, estranhei a ausência deles no local. Quando cheguei ao último degrau, me dirigi a cozinha; ninguém. Lavanderia; ninguém. Corredor; ninguém. Mas que diabos estava acontecendo? Cadê eles?
-SAM, TONY!!! -gritei na esperança de algum deles me ouvir-
-NÓS ESTAMOS AQUI NA VARANDA!!! -disse Sam-
Pulei de susto ao ouvir a voz dele se estender por toda a casa. Me dirigi ao local com a lata de tinta nas mãos e quando cheguei vi que tinha um grande mural em branco e extenso, ocupando toda a parede lateral da varanda. Percebi que Tony tinha aberto todas as latas de tinta e Sam estava com um avental amarrado por todo o corpo.
-O que é isso? -disse pondo a lata no chão-
-Ah! Até que enfim você chegou! -Tony disse abrindo a minha lata- Era disso que a gente precisava!
Olhei para Sam que mantinha seu olhar cravado nos pincéis e rolos espalhados pelo chão.
-Seu pai disse que vamos pintar um quadro -Sam falou revirando os olhos-
-Quadro? -falei-
-Isso mesmo! Um quadro...será que vocês não se cansam de TODA sexta fazermos a MESMA coisa? -Tony disse dando ênfase ao "toda" e ao "mesma", em um tom de chatice-
-Não! -respondemos eu e Sam em uníssono-
-Ahhh...mas eu sim, então vamos fazer outra coisa. -disse Tony convencido-
-Não contrarie seu pai -Sam falou-
Revirei meus olhos e prestei atenção em Tony.
-O negócio, é que nós vamos pintar isso...é como uma coisa abistrata, sabe? Vamos passar o pincel onde a gente quiser. -falou Tony me estendendo um avental-
-Eu sei onde eu quero passar MEU pincel -disse Sam em um tom malicioso-
-Eu me recuso a ver isso.-disse virando de costas e pondo meu avental-
-Sam! Aqui não! -Tony disse com vergonha-
Me virei de volta e vi que eles mexiam no balde de tinta.
-Prontos? -Tony disse entregando o pincel para Sam e para mim-
-Sim -Falamos em uníssono-
Peguei meu pincel e molhei em qualquer uma das latas e passei-o na tela branca, enquanto Tony e Sam faziam o mesmo.
Sem perceber nada, Sam passou o pincel em minha cara. Droga. Fiz minha melhor cara de "corre" e fui atrás dele. Enquanto Tony dizia coisas como; "Vocês não sabem fazer nada.", "Voltem aqui já!", "Duas crianças". Imediatamente paramos com o que estávamos fazendo e olhamos para ele. Acho que meus olhos brilharam assim que tive uma idéia. Parece que Sam teve a mesma idéia que eu e se aproximou de Tony. Pegamos duas latas de tintas e nos aproximamos mais ainda.
-Não! Vocês não vão fazer isso! -ele disse chegando pra trás em uma tentativa de escapar-
Sem pensar duas vezes jogamos tudo. E o mesmo ficou com uma mistura de verde e turquesa. A minha risada rapidamente se juntou com a de Tony.
-Vocês...vocês...vão ver só! -Tony disse bravo-
Começamos a correr para Deus sabe onde, escapando de um maluco verde/turquesa.

-Ali! Pegue o prego! -disse Sam pedindo mais um a mim-
Entreguei a ele, que prendeu com um martelo nosso quadro. Tínhamos acabado de tomar banho e estávamos pendurando o quadro, comendo rosquinhas dos Junior's que Sam tinha comprado.
-Acho que é isso! -ele disse descendo da escada-
Olhei para a nossa grande bagunça, agora em nossa parede em várias cores do arco-íris. Abstrato, como Tony diz. Respirei fundo, tentando não rir, aquilo pra mim, era só mais um borrão...mas se eu disser isso vou estragar a visão de Tony sobre outras coisas, como Sam diz. Então...deixa pra lá.

-O que vocês acham de vida após a morte? -Tony falou despertando minha atenção-
Estávamos na grama observando as estrelas e discutindo sobre a vida.
-Não sei...é um daqueles paradóxos que ninguém desvenda sabe? Aqueles que tem tantas possibilidades, mas tantas impossibilidades que você Não sabe em qual acreditar. -Sam respirou fundo- Quer dizer...é esse né? Esse é o nosso mundo, baseado em mistérios e mais mistérios. Nada de mais...nada de menos.
Bocejei alto, sentindo o cansaço tomar conta de mim.
-Seunome? -disse Tony-
-Sim. -respondi ainda afetada-
-E você? -Tony falou-
-Eu? Eu não sei. Estamos vivos...não mortos. Vamos pensar no agora, não no depois.
Tudo se fez silêncio. A lua brilhava como nunca e o canto da coruja se ouvia um pouco longe, mas bem nítido em meus ouvidos. E fui fechando meus olhos aos poucos...caindo no sono profundo e me desligando desse mundo.
-Parece que você tem razão Seunome...parece. -disse Tony-


E aí gente!! Gostaram?
Bom...o prazo pro quarto capítulo
Foi bem pouco...e acho que o cinco vai ser também!!! ACHO
E pra vocês saberem a história com o casal
Que é a Seunome e o Harry, só vai dar início
No sexto capítulo okay?
Espero por vocês. Bye
Andy ♥

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